Programa Capoeira na Escola é tema de audiência
Por Gissele Niza
A Câmara Municipal de Montes Claros realizou, nesta quinta-feira (29/5), audiência pública para debater a implantação do Programa Capoeira na Escola, anteprojeto de autoria da vereadora Professora Iara Pimentel (PT). A iniciativa busca reconhecer e institucionalizar a capoeira como prática pedagógica, cultural e esportiva no ambiente escolar, fortalecendo sua presença na educação básica da rede municipal.
O encontro foi marcado pela presença de mestres de capoeira, educadores, representantes da sociedade civil e de órgãos públicos ligados ao esporte e à educação, todos unidos pelo objetivo de ampliar o diálogo sobre a valorização da capoeira como instrumento formativo.
Em sua fala, a vereadora proponente destacou os fundamentos do anteprojeto. “A capoeira vai muito além do jogo corporal. Ela é instrumento de inclusão, identidade, ancestralidade e resistência. Inserir a capoeira na escola é proporcionar às crianças e adolescentes o contato com uma expressão genuinamente brasileira, reconhecida internacionalmente, que une história, cultura e educação. A proposta nasce do diálogo com os mestres e mestres da nossa cidade, e visa institucionalizar essa prática como política pública permanente”.
A deputada estadual e vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Leninha (PT), também se manifestou por vídeo, reforçando o compromisso com a pauta. “Este é um projeto muito importante. Acredito que a educação pode ser complementada com ações como a capoeira, que não é só um esporte, mas um modo de vida. Sabemos o quanto é fundamental, desde a infância, desenvolver outras habilidades nas crianças, oferecendo a elas e aos jovens um outro olhar sobre o mundo.”
Fredson Randey Gonçalves Dias, representante da Secretaria Municipal de Esportes, afirmou que a pasta está aberta ao diálogo e mencionou experiências já existentes. “Estamos extremamente abertos para conversar sobre as ações propostas. Na Praça de Esportes, por exemplo, temos um grupo de capoeira coordenado pelo mestre José Maria, às terças e quintas, às 18h30. A capoeira foi reconhecida pela UNESCO como patrimônio cultural brasileiro, o que reforça sua importância.”
Representante da capoeira local, Luciana de Fátima, expressou emoção com o momento. “É um sentimento de gratidão. Este é um momento histórico para a capoeira em Montes Claros. Pratico capoeira desde 1985 e não me lembro de algo assim antes. Precisamos da capoeira além das pernadas, como política pública, presente nas escolas e universidades.”
O professor de educação física e mestre de capoeira, Antonino Soares, ressaltou o impacto da proposta para o futuro. “Acredito que este é o primeiro passo em prol da capoeira, principalmente para as novas gerações. A capoeira traz desenvolvimento humano e precisa ter seu alcance ampliado.”
Já Wagner Ruas, o Mestre Aberrê, com 45 anos de prática, defendeu a valorização dos profissionais e o reconhecimento institucional. “A capoeira precisa do apoio do poder público. Ela carrega qualidades formativas e educativas. Represento Montes Claros em diversos países e também a velha guarda da capoeira. É preciso resgatar, valorizar e reconhecer nossos profissionais.”
Capoeira na Escola
O anteprojeto propõe a criação do Programa Capoeira na Escola como política pública no âmbito da rede municipal de ensino de Montes Claros. A proposta visa incorporar a capoeira como prática pedagógica, cultural e esportiva no currículo escolar, valorizando sua riqueza histórica, social e educativa.
A iniciativa reconhece a capoeira como uma expressão legítima da cultura afro-brasileira, declarada patrimônio cultural do Brasil pela UNESCO, e busca promover o acesso de crianças e adolescentes a essa manifestação ancestral por meio de aulas regulares e atividades extracurriculares.
Entre os objetivos do programa estão:
O fortalecimento da identidade cultural dos estudantes, com foco no respeito à diversidade étnico-racial;
O estímulo ao desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, através da musicalidade, do movimento e do jogo corporal da capoeira;
A valorização dos mestres e profissionais da capoeira, com a possibilidade de parcerias com grupos e entidades da cidade que já desenvolvem trabalhos reconhecidos na área;
A promoção da inclusão social e do combate ao preconceito racial, especialmente entre as crianças e jovens da rede pública.
O anteprojeto prevê, ainda, a regulamentação do programa com diretrizes pedagógicas específicas, formação continuada dos profissionais envolvidos e a inclusão da capoeira no calendário escolar de atividades artísticas e culturais.
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