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Ferrovia e ferroviários recebem homenagem na Câmara de Montes Claros

por Jerusia Arruda publicado 23/09/2022 09h30, última modificação 23/09/2022 13h07

Em sessão especial, presidente da Câmara destaca a necessidade de modernização e ampliação do transporte ferroviário como alternativa sustentável de mobilidade


Por JERUSIA ARRUDA

A Câmara Municipal de Montes Claros realizou nesta quinta-feira (22/09), sessão especial em comemoração ao “Dia Municipal da Ferrovia e dos Ferroviários de Montes Claros”, data instituída pela Lei nº 4.934, de 01/12/2016.

A solenidade contou com a participação de ferroviários ativos e aposentados e seus familiares, do vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães; Gustavo Tondineli Brant Carneiro, gerente de operações ferroviárias da VLI Logística; Carlos Mendes, representante do Sindicato dos Ferroviários, além dos vereadores e demais autoridades convidadas.

Ao saudar os homenageados, o presidente da Câmara e proponente da sessão, vereador Cláudio Rodrigues, destacou o empenho e o compromisso do Legislativo na defesa do transporte ferroviário como uma alternativa sustentável de mobilidade. “Esta sessão especial também é uma oportunidade de reafirmar nosso o reconhecimento da memória afetiva do trem de ferro como referência da identidade cultural, que continua influenciando a economia, o turismo e o sonho dos norte-mineiros”.

O presidente também ressaltou a necessidade de modernização da malha ferroviária em Montes Claros. “Sempre atenta às iniciativas do governo que impactam o nosso município, a Câmara Municipal de Montes Claros solicitou à União, e também ao governo de Minas, que o edital de renovação da concessão inclua a modernização da malha ferroviária no município”.

Em seu pronunciamento, o vice-prefeito Guilherme Guimarães destacou a importância de homenagear os ferroviários e a ferrovia, que talvez seja a instituição que mais proporcionou o desenvolvimento de Montes Claros.

Guilherme também lembrou que a construção do sistema ferroviário do país tem dois erros históricos. “O primeiro, foi na instalação da ferrovia, quando se permitiu bitolas diferentes, cada um fez o seu modelo impedindo que a integração das linhas. O segundo foi um erro estratégico do governo JK, ao optar por substituir as ferrovias pelas rodovias, quando poderiam coexistir, fazendo atrasar o desenvolvimento do Brasil. Nós nunca mais alcançaremos o que poderia ter sido, como é na Europa, na Ásia, onde a ferrovia é o principal sistema modal de transporte”, explica.

Ao finalizar, Guilherme Guimarães enfatizou que o Norte de Minas não abre mão da modernização da ferrovia que sai de Montes Claros para o mundo. “Quando a Câmara traz de volta esse assunto, junto com essa justa homenagem, é uma forma de lembrar que precisamos muito que a estrada de ferro continue sendo robusta. Estamos às portas de uma renovação de concessão e precisamos eleger representantes que defendam cada vez mais a modernização do nosso transporte ferroviário. Não há possibilidade de o Brasil desenvolver para competir e reduzir os custos do transporte se não tivermos estradas de ferro modernas, eficientes e com alta rentabilidade. Por isso precisamos que nossos representantes que serão eleitos agora defendam isso”, conclamou.

TREM DO SERTÃO
Em 20 de agosto de 1926, chegava à Estação de Montes Claros a ponta dos trilhos da Estrada de Ferro Central do Brasil, comandada pelo engenheiro montes-clarense Augusto Cattoni. Na época, o extinto jornal Gazeta do Norte anunciou que esse foi “O maior dia de Montes Claros”.

Um mês depois, no dia 22 de setembro de 1926, Montes Claros ouvia o primeiro apito de trem. A chegada da locomotiva, que trazia da capital o então ministro da Aviação, Francisco Sá, marcava oficialmente o início de um novo tempo para a cidade e região.

A data inspirou o projeto de lei, de autoria do ex-vereador Eduardo Madureira, instituindo no calendário oficial de eventos de Montes Claros o Dia Municipal da Ferrovia e dos Ferroviários, comemorado em 22 de setembro.

Em 1957, a Central do Brasil integrou-se à Rede Ferroviária Federal, formada pela união do acervo patrimonial de 18 empresas, incluindo as que realizavam o transporte de cargas e passageiros.

Com a desestatização da Rede Ferroviária, em 1996, houve a privatização do modal, nascendo a Ferrovia Centro-Atlântica - que desde 2011 está sob o controle da VLI Logística. As locomotivas passaram então a transportar somente cargas.

Em 04 setembro de 1996, o chamado Trem do Sertão, ou Trem Baiano, passou pelos trilhos com passageiros pela última vez.

Ferroviário há 35 anos e, atualmente, instrutor operacional da VLI, Jairo Gonçalves Batista trabalhou como maquinista nesta última viagem do trem. Emocionado, o ferroviário o relatou como foi conduzir o último trem de passageiro da linha Montes Claros/Monte Azul.

“Era 04 setembro de 1996. Acordei ansioso, escolhi o meu melhor uniforme e fui para aquela que seria a última viagem do trem de passageiros. O trajeto parecia mais longo que o costumeiro. Nos pontos de paradas, às margens da linha, recebia carinhosas saudações das pessoas que, assim como eu, pensavam ser este o fim. Mas não foi. A empresa ampliou seu transporte de carga e eu permaneci na carreira ferroviária, trilhando o caminho do meu avô paterno e do meu pai. E essa herança não se encerra em mim, pois meu filho Bruno é a quarta geração da nossa família que está seguindo os trilhos da ferrovia, consolidando essa história que foi construída com muita dedicação e trabalho”.

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