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Câmara realiza homenagem com entrega da comenda Joaquim Nagô

por Stenio Aguiar publicado 25/08/2023 11h23, última modificação 25/08/2023 11h23

Por Arthur Amorim Jr.

Em Sessão Especial realizada na noite de quinta-feira (24), a Câmara de Vereadores, prestou homenagem ao povo negro de Montes Claros, com a entrega da comenda Joaquim Nagô a 15 pessoas que se destacaram pelos relevantes serviços e atuações no movimento negro. A homenagem foi proposta pela ex-vereadora Julinha da Pastoral (Podemos), construída em parceria com o Conselho Municipal e Promoção de Igualdade Racial e com a Coordenadoria Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Coppir).
Em seu discurso, a proponente ressaltou a homenagem como um momento para chamar atenção da sociedade para que se envolva e valorize a cultura negra. “Uma das formas de combater o racismo é investir em leis que busquem a igualdade racial, com a participação de negros no parlamento. Eu estive nesta Casa, com a uma passagem rápida, mas que teve um grande significado. Participei da criação do Dia Municipal Joaquim Nagô. Acredito que a sua morte serviu para que as portas da abolição fossem abertas e nos ajudasse a refletir ainda hoje, quando somos levados a forca.”
A secretária de Cultura, Júnia Rebello enfatizou que o que se vivência atualmente é o passado e o presente, sendo necessário que sejam escritas novas páginas para o futuro. “Trazer Joaquim Nagô para esta Casa é uma oportunidade muito grande de homenagear as pessoas que lutam diariamente contra o racismo e todas as formas de discriminação.”
O juiz Antônio Rosa acentuou que toda forma de injustiça tem que ser combatida. “Temos que fomentar a cultura da paz e não é cor da pele que torna a pessoa melhor ou pior.”
O presidente do Conselho Municipal e Promoção de Igualdade Racial e da Coordenadoria Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Coppir), José Gomes Filho, destacou que a criação do Dia de Joaquim Nagô é uma forma de mostrar o povo negro que sofre há séculos com o racismo. “O racismo tem que ser combatido todos os dias. Nosso objetivo é dar visibilidade a essas pessoas pela sua luta diária. Que mais parceiros se somem à luta para fortalecê-la cada dia. Joaquim Nagô vive, vida a Joaquim Nagô!”
O padre Antônio Avilmar, em seu discurso, representando os homenageados, assinalou que a comenda Joaquim Nagô tem um importante significado neste momento. “O Brasil é o país dos contrastes sociais. Devemos considerar que o modelo de civilização é bastante agressivo. Precisamos trabalhar a inclusão de todos e ela só acontecerá através da educação, por isso, é necessária a convivência entre os diferentes para se construir uma cultura de paz. Este momento é importante para externar nosso grito. Que este prêmio traga à memória a lembrança que mesmo as pessoas dizendo este não é seu lugar, nós insistimos em ocupá-lo.”

Homenageados

Antônio Avilmar Souza
Antônio Pereira dos Santos
Cardeque Soares
Cecilia Maria Rosa
Geraldo Tadeu Reis
Josmar Xavier dos Santos
Luciana Santana Ribeiro
Lourdes da Silva Barbosa
Maria Cecília de Souza Oliveira
Maria Dália Clemencia da Silva – Mãe Dália
Maria das Dores F. Raposo - Dora
Paulo César Vicente de Lima
Sérgio Ferreira - Gu
Sônia Gomes Oliveira
Julinha da Pastoral

Quem foi Joaquim Nagô

Joaquim Nagô – ou Joaquim Africano – era um jovem escravo, natural de Nagô, na África, que fora condenado à morte por um crime que não cometera. Ele foi acusado de ter assassinado em 22 de abril de 1835, Joaquim Antunes Ferreira (ou d’Oliveira), em São José do Gorutuba. A acusação baseou-se estritamente em provas testemunhais, “por ouvir dizer”. Ao longo do processo, praticamente fora seu único defensor, negando a autoria do crime. O julgamento, por júri popular, o condenou à “pena de morte natural por enforcamento”, o que foi confirmado pelo Regente, em nome do Imperador. Em 26 de março de 1836, ordenou a execução do réu “com as solenidades de estilo”. Em patíbulo montado nas cercanias do atual Café Galo, seu enforcamento não foi fácil. A corda se partira duas vezes. A sentença de morte só foi cumprida pelo carrasco depois de utilizado forte laço de couro ensebado, que buscara em sua casa. Embora os assistentes pedissem clemência para o réu, o escravo Joaquim jazeu dependurado pelo pescoço. Isso aconteceu em 30 de maio de 1836. Muitos anos depois, em Diamantina, um tropeiro agonizante confessa a autoria do crime atribuído a Joaquim Nagô: a morte de Joaquim Antunes, na vila de São José do Gorutuba (atual distrito de Porteirinha). (Fonte - Itamaury Teles)

Sobre o Dia Municipal Joaquim Nagô
O Projeto de Lei nº 69/2023, de autoria da vereadora, Professora Iara Pimentel (PT), instituí o “Dia Mundial Joaquim Nagô de Combate a Discriminação Racial”, a ser comemorado no dia 30 de maio. A data deverá constar no calendário oficial do Município de Montes Claros. O objetivo é resgatar a figura histórica do Joaquim Nagô. Além, de expandir as políticas públicas no combate a discriminação racial, objetiva promover ações com campanhas, palestras, debates e orientações de conscientização.

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